Transformando isso em matemática:
Valor presente = R$10.000
Inflação no ano = 10%
Valor futuro = 11.000
.
Valor futuro = valor no presente + valor no presente x inflação do período; ou seja
Valor futuro = valor no presente x (1 + inflação/100)
Valor futuro = R$10.000 x (1+0,1)
Valor futuro = R$11.000
E se eu tivesse o contrário, valor no futuro de R$11.000 e uma inflação de 10% no ano, como descobriria o valor presente? Ou seja, quero deflacionar, tirar a inflação.
Como o Valor no futuro = valor no presente x (1 + inflação/100), significa que:
Valor presente = valor no futuro/(1+inflação/100)
Valor presente = R$11.000/1,1 = R$10.000
.
Essas duas identidades são extremamente importantes, pois quando trabalhamos com inflação, juros e outros índices, sempre falamos de percentuais acumulados. Temos, portanto, sempre que respeitar essas identidades para que o que parece óbvio aos nossos olhos não estrague o que é lógico matematicamente.
Então, sempre que quisermos acrescentar a inflação, ou juro, a um valor qualquer, temos que multiplicá-lo pela taxa, o nome disso é capitalizar. De modo contrário, sempre que quisermos tirar um juro, ou inflação, de um valor temos que dividi-lo pela taxa, descapitalizar.
A inflação e o tempo
A inflação, assim como qualquer outra taxa, quando acumulada ao longo de um período, NÃO PODE simplesmente ser somada. Vejamos um exemplo:
Um indivíduo comprou um imóvel por R$100.000 e deseja vendê-lo após 3 anos. Considerando que a inflação nesse período tenha sido de 10% em cada ano, qual o valor de venda do imóvel para que o proprietário recupere pelo menos a inflação no período.
Vimos que o valor futuro deve ser encontrado multiplicando-se o dinheiro pela taxa. Vejamos, ano a ano:
Valor futuro ano1= valor presente x (1+i/100)
Valor futuro ano1= 100.000 x (1+0,1)
Valor futuro ano1 = 110.000
Logo,
Ano 1: R$100.000 x 1,1 = R$110.000
Ano 2: R$110.000 x 1,1 = R$121.000
Ano 3: R$121.000 x 1,1= R$133.100
.
O imóvel deveria ser vendido por R$133.100, um acréscimo de 33,1% (33.100/100.000) para que a inflação fosse recuperada. Logo, a inflação acumulada no período foi de 33,1%.
.
Há uma outra forma de encontrar esse percentual:Inflação acumulada = (1+i/100) x (1+i/100) ...
Inflação acumulada = (1,1) x (1,1) x (1,1) = 1,331-1 = 0,331 x 100 = 33,1%
.
E, se no terceiro ano, ao invés de uma inflação, tivéssemos deflação de 10%?
Ou seja, teríamos no ano 3: R$121.000 - 10%= R$108.900
Inflação acumulada = 108.900/100.000 =1,089 x 100 = 8,9%
Pela fórmula: (1+i/100) x (1+i/100) x (1 – i/100)
Inflação acumulada = 1,1 x 1,1 x 0,9 = 1,089 – 1 = 0,089 x 100 = 8,9%
.
Inflação mensal ou anual?
Por que para calcular a inflação eu não utilizo a lista de preços do primeiro dia do ano e a comparo com a do último dia do ano?
Exemplo: 100 – 102 – 105 – 104 – 106 – 106 – 106 – 107 – 105 – 105 – 108 - 105
.de 100 para 10 daria 5% de alta no ano.
.
Porém, quando pego as variações mensais nos preços tenho a seguinte situação: 2%, 2,94%, -0,95%, 1,92%, 0%, 0%, +0,94%, -1,87%, 0%, 2,85%, -2,77%. Esses percentuais acumulados no ano nos dariam 4,77%, e não 5%.
.
Qual utilizamos, então, para saber a queda no nosso poder aquisitivo em um ano específico? O raciocínio é simples. Recebemos nosso salário todo mês e fazemos compras também todos os meses. Não a fazemos apenas uma vez no mês. Como fazemos compras todos os meses precisamos trabalhar com inflações mensais. Caso fizéssemos uma compra só no fim do ano trabalharíamos com o primeiro cálculo, ou seja, 5%. Portanto, nos interessam os efeitos mensais das elevações nos preços, por isso utilizamos a inflação acumulada mês a mês.
Observação: a inflação, via de regra, é calculada todo mês e no final do ano divulgada no acumulado. Esse acumulado não é a soma das inflações mensais, mas uma sobre a outra. Logo, aquele 4,77% acima não é a soma das inflações mês a mês, mas uma sobre a outra: 1,02 x 1,0294 x 0,99 x ... = 4,77%.
.
* Retomarei o assunto 'inflação' nas lições seguintes.
O Nassif criou uma planilha para o cálculo do IR da poupança http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/09/16/o-calculo-do-ir-da-poupanca/
ResponderExcluirque vale um exercício. =)
Alê, gostei do negócio daquela planilha em excell no blog. Tenho umas aqui que queria colocar e não sabia como.
ResponderExcluirDe qualquer forma a regra é: aplicações acima de 50.000 na poupança terão o rendimento tributado em 22%. Se eu aplico 80.000 e a poupança rende 0,5% no mês, tenho um ganho, acima dos 50 mil, de R$150 (0,5% x 30.000). Esses 150 serão tributados em 22%, ou seja, R$30 reais de IR.
valeu pela dica.
abs